Relatos de Experiência

Conheça aqui a prática de professores no ensino do Teatro na educação básica! Compartilhe também a sua prática. Conte como foi realizado o seu trabalho em sala de aula de forma simples e didática e sirva de inspiração para outros professores.

 


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O teatro e outras linguagens - uma nova forma de integração de todos os talentos

Escrito por Kissy Cristina do Carmo Ferreira Oliveira
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Escola: Colegio Pitagoras Carajas
Rede: Particular de Ensino
Cidade: Serra dos Carajas -Pará
Nível de Ensino: Ensino Fundamental II
Contato: kissycferreira@gmail.com

APRESENTAÇÃO:

Desenvolvi um projeto que não via o teatro apenas como texto, diretor e aluno-ator. Ele abrangia outras linguagens tão importantes para o "fazer artístico" e que traziam outros alunos (não atores) para o trabalho. Esse projeto foi desenvolvido junto à coordenação da escola em uma conversa que buscava agregar todos os tipos de alunos e habilidades em uma atividade que servisse de base para o fazer teatral escolar. Para realizar o trabalho verificamos que precisaríamos planejar levantando tudo que seria necessário para sua realização, coloca-lo em prática e posteriormente avaliar pós e contras do processo. Ele durou 2 anos e funcionou em uma escola particular com alunos de classe média alta. Foram criadas 5 turmas:

- Teatro

- Dança

- Moda e figurino

- Artes plásticas

- Produção Cultural

Objetivos:

- Desenvolver o teatro em sua totalidade ( cena, adereços, direção, produção e cenografia) e o relacionando com outras linguagens artísticas;

- Envolver alunos nos mais diversos perfis no trabalho de acordo com a sua habilidade individual;

- Ter peças teatrais, cenários, figurinos e produção totalmente pensados e desenvolvidos por alunos.

- Desenvolver o aluno o incluindo pelas habilidades e não o excluindo pela falta de habilidade cênica.

O processo:

Quando se fala em fazer teatro geralmente se pensa em escolher um texto, dividir os alunos de acordo com os personagens que mais "casam" com o seu perfil, ensaiar e apresentar certo? Mas no projeto de "Oficinas Culturais" eu, com apoio da equipe pedagógica liderada pelo coordenador Adirson Ferreira, desenvolvi algo inovador na instituição: os alunos podiam escolher fazer uma oficina que mais se encaixasse com seu perfil. Eram elas: teatro, dança, artes plásticas, moda e produção cultural.

Como possuo nível superior em Dança, nível técnico em teatro e pós graduação em Artes, não foi difícil desenvolver as aulas. Usei uma base teórica inicial em todas elas ( História da Dança, história do teatro...) e depois fomos trabalhando por projeto através de experimentos, exercícios e jogos. Cada macro projeto era subdividido em partes que cabiam a cada uma das oficinas desenvolver. Os alunos amaram o projeto porque se sentiram contemplados e atuantes independente de terem habilidade cênica ou não.

Os resultados:

Como resultado tivemos apresentações teatrais e também de dança em que a equipe de moda idealizou e confeccionou os figurinos, a produção fez todo o processo de idealização do evento levantando necessidades técnicas, de equipe e de logística além de atuar no backstage, os artistas plásticos confeccionaram os cenários e os atores ou dançarinos executavam o que haviam ensaiado ou seja, todas as equipes trabalharam juntas em prol de dois espetáculos que aconteceram sempre nos finais de ano. Em função da grande carga de trabalho e conteúdo de cada disciplina, pouco pudemos fazer em relação ao trabalho interdisciplinar. Enquanto professora de teatro, vi os espetáculos darem um salto de qualidade em função da quantidade de alunos envolvidos e a sua paixão pelo trabalho que eles reconheciam como seu. Infelizmente com a minha saída houve uma interrupção e o processo nunca mais voltou a acontecer.

Avaliação:

O mais valioso desse trabalho foi que os alunos aprenderam a trabalhar com as diferenças e em equipe. Quantas vezes via alunos frustrados por não saberem atuar mas terem vontade de estar de alguma forma inseridos no processo teatral? Os alunos desse processo possuíam nota na disciplina Artes. A avalição era contínua e não pontual. Não se via o melhor e sim o que cada um conquistou ao longo do projeto. Eles eram avaliados através da confecção e prática de determinadas etapas de um projeto específico. .Avalio que enquanto durou o projeto foi extremamente proveitoso e todos os alunos puderam se sentir parte do processo. Até hoje recebo retornos dos alunos que participaram das oficinas. Muitos já são formados. Engenheiros, advogados que reconhecem que aquele trabalho lá atrás foi importante para o que são hoje.

Refletindo sobre o seu trabalho:

O que foi programado foi executado e o apoio da escola ao projeto foi fundamental. Encontramos obstáculos principalmente numa questão pessoal que foi a seguinte: o aluno não acreditava que ele podia conduzir um processo até então conduzido por adultos do qual ele só participava no palco. Mas e os que não gostavam de se apresentar? Ficavam de fora do processo. Outro obstáculo vem de uma parte das família que não vê o teatro, mesmo ele fornecendo a nota de Artes, como uma “matéria” importante para o desenvolvimento dos filhos. Mas no geral o resultado foi excelente! Deixo para meus amigos de profissão a seguinte mensagem: veja seu aluno enquanto um indivíduo e tentem na medida do possível agregar as diferenças e sonhos de cada um.

Referência Bibliográfica:

Arte na Educação Escolar - Col. Metodologia do Ensino de Arte de

Bernadete Zagonel

 

 Drama e Teatralidade: o Ensino do Teatro na Escola

 Baurich Vidor, Heloise

 
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